Há Compatibilidade Entre a Bíblia e o Comunismo?

A Bíblia e o Comunismo

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A Bíblia e o Comunismo são defendidos por muitos teólogos cristãos e cristãos leigos como sendo os dois lados de uma mesma moeda, ou seja, tanto a Bíblia quanto o Comunismo têm o mesmo ideal e pregam verdades correspondentes, mantendo entre si diferenças tão pequenas que os mesmos argumentos podem ser utilizados para defender um e outro.

Entretanto, analisando a Bíblia e o Comunismo, em seu Manifesto Comunista, por exemplo, é possível ainda mantermos este entendimento? Seria, Jesus Cristo um revolucionário social e um agitador político em busca de retirar a opressão do proletariado judaico exercida pela burguesia romana e judaica?

A Bíblia corrobora a idéia de um Cristo preocupado em libertar os pobres da opressão dos ricos, torná-los donos do processo produtivo e ensiná-los como mudar radicalmente a cultura social em que estavam inseridos?

As Afirmações da Bíblia e o Comunismo

Em Atos 2:44,45 encontramos o seguinte texto: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.”

Observe que a característica para ter tudo em comum era primeiro crer, depois dispor os seus bens em favor daqueles que precisavam. E a ação de vender os bens e dividir entre os cristãos, segundo a necessidade de cada um, não era imposta pela comunidade ou por algum dos líderes apostólicos.

Veja o contraste da afirmação comunista sobre tal situação. Rosa Luxemburgo, em O Socialismo e as Igrejas – O Comunismo dos Primeiros Cristãos, citando um contemporâneo não identificado, afirma que:

“Foi, na verdade, deste modo que as primeiras comunidades cristãs se organizaram. Um contemporâneo escreveu: ‘Estas pessoas não acreditam em fortunas, mas pregam a propriedade coletiva e nenhuma de entre elas possui mais do que as outras. Quem desejar entrar na sua ordem é obrigado a pôr a sua fortuna como propriedade comum a essas mesmas pessoas. E por isso que não há entre eles nem pobreza nem luxo – todos possuindo tudo em comum, como irmãos’.”

Voguel, um historiador socialista alemão, escreveu algo parecido afirmando:

“De acordo com a regra, todo cristão tinha direito à propriedade de todos os membros da comunidade; caso quisesse, podia pedir que os mais ricos dividissem sua fortuna com ele, de acordo com suas necessidades. Todo cristão podia fazer uso da propriedade dos seus irmãos; aqueles que possuíam qualquer coisa não tinham direito de recusar o seu uso aos irmãos. Assim, os cristãos que não tinham casa podiam exigir do que tinha duas ou três que os recebesse; o proprietário conservava para si apenas a própria casa. Mas, por causa da comunidade de gozo dos bens, tinha de dar-se habitação àquele que não a tinha.”

É interessante que tais afirmações não condizem com a realidade apresentada nos textos bíblicos.

É verdade que o livro de Atos afirma que os cristãos primitivos tinham tudo em comum, porém, os bens colocados à disposição da comunidade não eram por constrangimento ou busca de aprovação social; era uma iniciativa despretensiosa de cada cristão possuidor do referido bem.

Na verdade, há alguns erros evidentes e que são cometidos pela interpretação comunista:

  1. Os teóricos comunistas desconsideram o aspecto espiritual (a ação do Espírito incentivando a partilha dos bens) e focam apenas no material (a doação em si), conforme os versículos 42 e 43, pois o temor a Deus era refletido no compromisso da manutenção do Reino de Deus.
  2. As doações não eram compartilhadas igualmente entre todos; elas eram distribuídas proporcionalmente – e apenas aos que necessitavam, conforme o versículo 45.
  3. A vendas das propriedades não era algo forçado – ou sugestionado ao bel-prazer dos membros – ou à contragosto do doador, conforme o versículo 46, pois havia “singeleza de coração”, ou seja, a doação era um ato de alegria e elevação espiritual.
  4. Por último, mesmo diante de tantas coisas em comum, ainda havia pessoas que não compartilhavam de tal comunidade, estavam sendo excluídas, até que foram instituídas pessoas responsáveis por verificar tal situação, conforme Atos 6.1.

Mas, não menos importante do que tudo o que foi dito acima, ainda temos a seguinte afirmação, que em nada condiz com a realidade dos fatos apresentados:

“Quem desejar entrar na sua ordem é obrigado a pôr a sua fortuna como propriedade comum a essas mesmas pessoas.”

Entretanto, é notório que nenhum cristão pagava (em forma de doação ou disposição dos seus bens aos outros) para ingressar na comunidade cristã. Nenhum historiador sério e contemporâneo à época confirma tal informação absurda.

Outrossim, diversos textos apresentados pela ideologia comunista para defender a origem em Jesus Cristo e a continuação de um ambiente comunista na igreja primitiva, podemos elencar abaixo:

Em Mateus 19:21-24, encontramos o seguinte texto:

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.”

De modo apelativo, Rosa Luxemburgo, escreve:

“Os sociais-democratas propõem-se pôr fim à exploração do povo pelos ricos. […] Não é Jesus Cristo (de quem os padres são servidores) quem ensina que ‘é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus’? Os sociais-democratas tentam trazer a todos os países, regimes sociais baseados na igualdade, liberdade e fraternidade de todos os cidadãos. Se o clero realmente deseja que o princípio ‘Ama o teu próximo como a ti mesmo’ seja aplicado na vida real, por que é que não recebe bem e com entusiasmo a propaganda dos sociais-democratas?”

E continua:

“não é aquele que eles servem, Jesus Cristo, que diz que ‘o que fizeres aos pobres é a mim que o fazeis’?”

Atente para a forma de identificação de Jesus Cristo: “não é aquele que eles servem?” Não há demonstração mínima de empatia em tal escrita. Ora, se não há empatia com o líder da Igreja Primitiva, por qual razão busca-se uma aproximação – ou equiparação de ideais – com tal comunidade? É uma desproporcionalidade claramente absurda.

Portanto, voltando ao texto de Mateus 19, observe que Jesus de modo nenhum condenou o jovem pelo fato de ser rico, mas pelo seu descaso com a vida eterna em detrimento dos bens que possuía. Sendo assim, a afirmação de Cristo está, inegavelmente, em acordo com o que o apóstolo declara posteriormente:

“pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:10).

Não é o fato de possuir dinheiro; ser rico. Mas, o apego desproporcional às riquezas e o descaso com as questões espirituais. Outrossim, mesmo diante de tal circunstância, Jesus Cristo ainda atenua a cegueira espiritual do jovem rico, afirmando que o que aos homens parece impossível – o rico entrar no Reino de Deus – o próprio Deus é quem se responsabiliza por tal ação, pois para Ele “tudo é possível” (Mateus 19:26).

O Comunismo, Seus Fundamentos e Forma de Implantação

O Manifesto do Partido Comunista foi elaborado por Karl Marx (filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista, e revolucionário socialista alemão) e Friedrich Engels (empresário industrial e teórico revolucionário prussiano).

Logo no início do Manifesto, Marx e Engels afirma que tal ação deve-se ao fato de que toda as potências da velha Europa o estão conjurando, ou seja, procurando liquidá-lo. Entre tais potências estão estadistas, conservadores, a igreja e os policiais.

Ademais, outra razão, salta-nos aos olhos, logo do início do texto, quando diz:

“É Tempo de os comunistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências, opondo um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo.”

Mas, não apenas isto, ao concluir o Manifesto, Marx e Engels, afirma categoricamente que os comunistas devem ir às últimas conseqüências, até com violência mortal. Ele diz:

“A burguesia, porém, não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas – os operários modernos, os proletários.”

“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.”

O Manifesto Comunista é um manual universal de como deve ocorrer a implantação do comunismo pelo mundo. Note que o processo da implantação mundial do comunismo nem sempre ocorre de forma ditatorial, porém, o resultado imediato após a sua implantação são ditaduras ferrenhas, opostas a tudo que se conhece e se denomina como democracia.

A implantação do comunismo em qualquer país é um processo – por vezes lentos, outras vezes mais

Acelerados; por vezes, utilizando-se das vias democráticas, outras vezes por vias de rebeliões e revoluções armadas. Assim aconteceram nos países comunistas da América Latina e outros países pelo mundo.

E conclui as suas abomináveis declarações sobre a implantação do comunismo, dizendo:

“Finalmente, nos períodos em que a luta de classes se aproxima da hora decisiva, o processo de dissolução da classe dominante, de toda a velha sociedade, adquire um caráter tão violento e agudo, que uma pequena fração da classe dominante se desliga desta, ligando-se à classe, revolucionária, a classe que traz em si o futuro.”

A declaração aqui é uma síntese do que realmente acontece no processo de instauração do comunismo em qualquer país: os grandes burgueses (a classe dominante contra a qual o comunismo luta ferozmente), ao perceber a possibilidade de um regime comunista, aliam-se à classe revolucionária, mas não com o propósito de beneficiar o proletariado (os trabalhadores, a classe dominada, pela qual a ideologia comunista afirma lutar), mas, sim, em benefício próprio, no intuito de aproveitar-se do que o sistema possa lhes oferecer. É exatamente assim que acontece e já tivemos uma prévia disso no Brasil: centenas de empresas beneficiadas ilegalmente em detrimento da penúria dos trabalhadores.

Mas, chegamos a um ponto nevrálgico da instauração do comunismo: a persuasão coletiva de que os tais trabalhadores não possuem pátria (nação, país) pelo simples fato de que há uma dominação burguesa. E esta pátria somente será dos trabalhadores quando os trabalhadores tripudiarem sobre seus opressores (os ricos) e tomarem o poder. (O poder político, diga-se de passagem).

Observe o que o Manifesto Comunista afirma:

“Além disso, os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Os operários não têm pátria. Não se lhes pode tirar aquilo que não possuem. Como, porém, o proletariado tem por objetivo conquistar o poder político e erigir-se em classe dirigente da nação, tornar-se ele mesmo a nação.”

Interessante notar que tal poder político ao ser dominado por uma ideologia comunista, suplanta e rechaça sob si mesmo os mais propícios a serem dominados: a classe trabalhadora. A utopia social-comunista utiliza os trabalhadores para controlar o poder político e, posteriormente, utiliza o poder político para dominar os trabalhadores, tripudiando sobre os mesmos e extinguindo seus direitos anteriormente adquiridos, incluindo-se aqui os da liberdade religiosa, de consciência e de expressão.

O Comunismo e a Relação Entre os Países

O Manifesta Comunista afirma que:

“Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda, parte.”

Mas, ora, é notório e sabemos que é exatamente esta globalização (o vínculo entre os países) que possibilitou o avanço da tecnologia e da ciência que temos hoje. Imagine todos os países viverem isolados em si mesmo até hoje? Que avanços científicos, por exemplo, poderíamos ter?

O Manifesto Comunista vai condenar o intercâmbio entre os países. E não apenas o intercâmbio de produtos e serviços, mas, também o intercâmbio intelectual. Deste modo, afirma:

“Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias, desenvolvem-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isto se refere tanto à produção material como à produção intelectual.”

É conveniente salientarmos que a própria expansão do Evangelho nos primeiros anos da igreja primitiva, deu-se em decorrência do ambiente “globalizado” promovido pelo Império Romano. Ao mesmo tempo em que condenamos todas as perseguições, promoção da promiscuidade, libertinagem e paganismo promovidos pelo Império, fora ele com sua política “capitalista e globalizada” (embora rudimentar, diga-se de passagem) que possibilitou o lastro social, político e estrutural sobre o qual erigiu-se a logística de expansão do Evangelho para todo o mundo.

O Comunismo e a Religião Cristã

O Comunismo é uma ideologia primariamente ateísta. Podemos encontrar na Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, saída do Concílio Vaticano II, a seguinte afirmação:

“Os partidários dessa doutrina, onde chegam ao governo da coisa pública, perseguem com veemência a religião, servindo-se na difusão do ateísmo, sobretudo na educação da juventude, dos meios de pressão ao alcance do poder público.”

Na contemporaneidade, nenhum país socialista (comunista) possibilita (ou facilita) a expansão do Evangelho; mas, pelo contrário, suprime-o tanto no seu aspecto coletivo quanto individual. Temos como exemplo a China e Coréia do Sul, que estabeleceram suas próprias religiões padronizadas para os cidadãos manifestarem suas crenças; sendo perseguidas todas as outras formas de crenças e cultos.

Na China, por exemplo, o regime comunista criou a Associação Católica Patriótica Chinesa e o Movimento Patriótico das Três Autoridades Protestante, que são supervisionados pelo Departamento da Frente Unida de Trabalho do Partido Comunista, com o objetivo de regulamentar as religiões cristãs, bem como impossibilitar toda a ação evangelística sob a alegação de “extremismo religioso” e que pode “minar a unidade nacional ou étnica da China”.

Diante disto, há as religiões legais e as ilegais: sendo as primeiras “chefiadas pelo governo”, inclusive tendo suas lideranças indicadas pelo próprio governo; e as últimas são todas aquelas que não se submeteram ao Partido Comunista.

Mas, não apenas isso. Enquanto a China estabelece uma versão do Cristianismo gerenciado pelo governo, a Coréia do Norte cria uma nova religião (o Chondoísmo e a Ideologia Juche) com elementos até mesmo do Cristianismo. É importante salientar que todo o aparato religioso norte-coreano é definido e fiscalizado pelo Partido dos Trabalhadores da Coréia.

Do mesmo modo, não é diferente em outros países comunistas, onde a perseguição religiosa é ferrenha. Segundo a missão evangélica Portas Abertas, sua lista de países mais perseguidores do Cristianismo tem como pano de fundo o Islamismo ou o Comunismo, e até mesmo os dois em conjunto.

A pergunta que fica é: porque quase exclusivamente o Cristianismo é ferozmente atacado em países comunistas. E a resposta é objetiva: O Cristianismo é, basicamente, a única religião que, além de ter uma estrutura religiosa ativa (é identificada unicamente como religião e não como um mero sistema filosófico – como a grande maioria das religiões), combate avidamente contra as opressões cometidas por líderes ditatoriais.

Avançando ainda mais sobre valores cristãos, o Manifesto Comunista, arroga para si o dever de acabar completamente com a religião cristã, afirmando que…

“Quanto às acusações feitas aos comunistas em nome da religião, da filosofia e da ideologia em geral, não merecem um exame aprofundado. Será preciso grande perspicácia para compreender que as idéias, as noções e as concepções, numa palavra, que a consciência do homem se modifica com toda mudança sobrevinda em suas condições de vida, em suas relações sociais, em sua existência social? Que demonstra a história das idéias senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias da classe dominante.”

“Quando se fala de idéias que revolucionam uma sociedade inteira, isto quer dizer que, no seio da velha sociedade, se formaram os elementos de uma nova sociedade e que a dissolução das velhas idéias marcha de par com a dissolução das antigas condições de vida.”

“Quando o mundo antigo declinava, as velhas religiões foram vencidas pela religião cristã; quando, no século XVIII, as idéias cristãs cederam lugar às idéias racionalistas, a sociedade feudal travava sua batalha decisiva contra a burguesia então revolucionária. As idéias de liberdade religiosa e de liberdade de consciência não fizeram mais que proclamar o império da livre concorrência no domínio do conhecimento.”

A intenção primordial de tais afirmações é expor a crença na extinção da religião cristã e o surgimento de uma nova forma de religiosidade – talvez, como a Ideologia Juche, na Coréia do Norte – onde o Grande Líder Comunista é venerado com o status de uma divindade, sob severas penas em caso de descumprimento das regras de veneração.

Crenças Fundamentais do Comunismo

O Manifesto Comunista traz em seu texto uma série de doutrinas que são paradoxalmente opostas à tradição ocidental e, principalmente, à tradição cristã. Senão, vejamos.

São favoráveis à abolição da família

“Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital.”

Friedric Engels, idealizador do Manifesto Comunista com Karl Marx, diz sobre a família:

“A família nuclear monogâmica nasce junto com a propriedade privada dos meios de produção com a função de dar ao homem a garantia de que os herdeiros para quem ele deixaria suas riquezas eram filhos legítimos dele. Antes da instituição da família como é conhecida hoje a uniões eram regidas pelo casamento em grupos, verificando-se união por pares, onde a mulher e o homem mantinham um parceiro fixo, porém com liberdade para ter quantos outros parceiros quisessem.” (Engels, 1884).

E continua afirmando ser a ruptura mais radical – e até violenta – com as idéias tradicionais.

“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações tradicionais de propriedade; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento, rompa, do modo mais radical, com as idéias tradicionais.”

Que idéias tradicionais são essas, além das expostas acima, contra as quais desejam atuar e abolir?

A resposta está na própria continuação do texto do Manifesto Comunista. Veja o que o Partido Comunista defendem:

Defendem a expropriação de terras

Expropriação é tomar a terra de alguém (por alguma razão alegada justa) e dá-la à outras pessoas, sob a justificativa de usufruí-la produtivamente. Entretanto, tais expropriações confrontam radicalmente com o que diz a nossa Constituição, por exemplo:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: […] XXII – é garantido o direito de propriedade;”

No mais, a própria Bíblia assevera tal direito, dizendo:

“Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha e o largar para comer no campo de outro, o melhor do seu próprio campo e o melhor da sua própria vinha restituirá. Se rebentar um fogo, e pegar aos espinhos, e abrasar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo pagará totalmente o queimado.” (Êxodo 22:5,6).

Defendem um imposto fortemente progressivo

Esta é uma forma de arrecadar dinheiro dos cidadãos de modo severo e opressor. A Bíblia, inclusive, nos conta a história de Roboão (1 Reis 12) que aumentando o imposto progressiva e arbitrariamente, levou a nação à uma divisão e rebeliões internas.

Quanto mais impostos são cobrados para pagar as despesas do Estado, tanto mais tal Estado torna-se grande e pesado para os seus cidadãos.

Defendem a abolição do direito de herança

Karl Marx, no seu Sobre o Direito de Herança, afirma da seguinte forma:

“Admitindo-se que os meios de produção fossem convertidos de propriedade privada em propriedade geral, o Direito de herança – na medida em que fosse de importância social – desapareceria por si mesmo, porque um homem pode apenas deixar em herança o que possuiu, durante o tempo em que viveu. Nosso grande objetivo deve ser, por isso, a abolição das instituições que concedem a algumas pessoas, durante o seu tempo de vida, o poder econômico de atribuir a si mesmas os frutos do trabalho de muitas outras.”

De modo resumido, o filho não poderá herdar a herança dos pais, pois o mesmo não trabalhou por tal patrimônio, tornando-se indigno de usufruí-lo. Este patrimônio, em contrapartida, seria revertido ao Estado, para mantê-lo em toda a sua estrutura.

Defendem a confiscação da propriedade dos emigrados e sediciosos

Emigrados são todos aqueles que saem do seu país de origem para viverem em outro país. Sediciosos são todos aqueles acusados de promover a desordem social ou comprometer a segurança nacional.

Essa defesa significa dizer que o Comunismo prega o confisco de todo o patrimônio de qualquer indivíduo que decida morar em outro país, e deseja manter seu patrimônio. Significa também que qualquer pessoa que seja acusada de sedição – perturbação pública, falar ou pregar contra o sistema comunista, etc. – pode ser acusado de sedicioso e perder todos os seus bens.

Ora não foi isso que aconteceu com Jesus, Estévão, o Apóstolo Paulo, acusados de sediciosos, blasfemadores e acabaram encontrando a morte?

Não é o que acontece em países como China, Coréia do Norte e, mais recente e em grande proximidade geográfica – o que acontece na Nicarágua, onde os acusados de sedição (revoltas) contra o governo têm seus bens confiscados; ou, até mesmo, os refugiados, que saem para outros países em busca de asilo, não poderão mais retornar, pois além de serem acusados tiveram todos os seus bens confiscados pelo Estado Comunista?

Ora, a própria Bíblia, nos orienta a andarmos em conformidade com a Lei do Estado, pois aos sediciosos resta a espada (ou seja, a Lei), mais aos que lhes são sujeitos, deverá restar-lhes a paz. Desta forma, que Estado é este que, totalmente contrário ao padrão bíblico ainda é propalado por muitos cristãos como uma ideologia cristã e bíblica?

“Mente descaradamente qualquer pregador cristão que intente fazer analogias favoráveis entre marxismo e Cristianismo. Importantes documentos do magistério da Igreja, fundados na doutrina do Evangelho de Jesus Cristo, bem como na ação histórica deletéria e desumana das experiências socialistas/comunistas, descredenciam qualquer um que defenda essa doutrina[…].” (Eliomar de Lima, Os Cristãos e o Comunismo Ateu).

A Bíblia e o Comunismo Concordam Entre Si?

Podemos questionar como Paulo o fez em relação ao justo e o ímpio: “Que consenso há entre a Bíblia e o Comunismo?”

Certamente que de nenhuma forma podemos colocá-los como iguais ou complementares. O Comunismo, que muitos teólogos cristãos e cristãos leigos aceitam como sendo bíblico ou tendo qualquer fundamentação bíblica, não passa de uma ideologia e doutrinação anticristã, antibíblica e antiDeus.

E qual a razão para afirmação tão pertinente?

Simples! O comunismo prega a desconstrução dos principais pilares de uma sociedade equilibrada, justa, próspera e piedosa que são:

  1. A família
  2. A religião
  3. Os relacionamentos sociais

São três itens declarados na Bíblia e pelo Cristianismo como essenciais à existência do homem que deseja viver de modo digno.

Veja o que o próprio Jesus diz sobre os relacionamentos:

“Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22:39).

A mesma afirmação é corroborada pelo seu apóstolo João que diz:

“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4:8).

E voltando-se especificamente à relação do trabalho (patrão e empregador; burguês e proletário; dominante e dominado; opressor e oprimido – nomes dados pelo Comunismo às classes sociais), o apóstolo Paulo vai dizer o seguinte:

“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” (Colossenses 3:22-24).

Mas, também aos senhores (burgueses), o apostolo Paulo afirma:

“Vós, senhores, fazei o que for de justiça e eqüidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus.” (Colossenses 4:1).

Desta forma podemos perceber que o relacionamento entre as pessoas – mesmo que em níveis sociais distintos; ou não – deve ser com o máximo respeito e propósitos benéficos.

Sobre a religião, o apóstolo Tiago afirma:

“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” (Tiago 1:25-27).

E sobre a família monogâmica, nuclear e heterossexual? Como a Bíblia se refere a esta instituição sagrada – dentro destes moldes – que é a base essencial e exclusiva para a continuação e prosperidade de qualquer sociedade?

Enquanto Engels – e os grupos feministas que estão intimamente ligados à ideologia comunista – afirmam que a família é apenas um conjunto de interesses, construída com base na necessidade do homem ter herdeiros e no fato de que a mulher mantêm-se – por imposição social – como apenas uma coadjuvante, que é resultado da cultura patriarcal opressora, a Bíblia traz afirmações totalmente divergentes do que a ideologia comunista prega. Senão, vejamos!

Diante da necessidade do homem ter um par social (não apenas sexual), Deus afirma:

“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” (Gênesis 2:18)

Adão, o primeiro homem, ao contemplar a igualdade social entre ambos e da importância que a mulher teria em sua história, declara:

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gênesis 2:24)

Jesus, debatendo com os fariseus a respeito do casamento, afirma a eles dizendo:

“Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe.” (Mateus 19:6)

E, finalmente o Apóstolo Paulo, tratando sobre o relacionamento conjugal, é objetivo e claro em determinar que o amor é o mais completo direcionador dos rumos de uma família. Ele diz:

“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” (Efésios 5:22-28)

Outros Temas Segundo a Bíblia e o Comunismo

O que dizermos de temas como aborto que é considerada como questão de saúde pública, onde as mulheres devem ter a prática liberada, mas que para Deus é abominação, configurando assassinato e um pecado premeditado?

O que dizermos da liberação das drogas, gerando uma onda ainda maior de viciados – só que agora legalizados, sendo que a Bíblia diz que tais pessoas não herdam o Reino de Deus?

Como igreja, nós temos 2 posicionamentos para escolhermos: ou apoiamos a facilitação e a perpetração dos vícios, ou buscamos resgatar os que já estão nos vícios e convencermos os que ainda não aderiram a tais práticas a não enveredarem-se pelo caminho dos vídeos, segundo os preceitos bíblicos.

O que dizemos da famigerada ideologia de gênero, que prega a existência de dezenas de gêneros classificados, incluindo gêneros extraterrestes, abstratos e animalescos? Se toda esta doutrinação ideológica é confusa para a compreensão de qualquer adulto. Imagine tais ensinamentos sendo propalados de modo aberto e insistentemente nas escolas, para crianças de todas as idades e os pais não poderem falar ou orientar contra tal prática, sob o risco de processos, penas e multas?

Concluo, apresentando a você alguns motivos pelos quais a ideologia comunista está ansiosa, sedenta e totalmente aparelhada para instalar-se no Brasil e combater contra todos que no futuro se levantem contra tal ideologia. Os motivos são:

  1. O mundo caminha para um sistema político unificado e altamente contrário aos padrões divinos; sendo, desta forma, o mesmo que será administrado no futuro pelo Anticristo.
  2. A política está cada vez mais determinante de todos os aspectos e questões sociais, pessoais e religiosas.
  3. A igreja nunca esteve tão ativa politicamente como agora, na busca pela defesa dos seus direitos e dos seus princípios estabelecidos, diante de uma corrupção ativa e frenética que assola todo o mundo.
  4. O diabo nunca esteve tão furioso contra a igreja como agora, e usará todo agente possível para combater contra a igreja, independente de quem seja.
  5. E, finalmente, hoje, o Brasil é reconhecido por autoridades do mundo inteiro como um dos últimos baluartes em favor de uma sociedade justa, equilibrada e reconhecidamente contrária às pautas comunistas que afrontam diretamente as nossas vidas particulares, as nossas famílias, os nossos filhos, as nossas crenças e as futuras gerações.

Desta forma, não nos deixemos enganar por palavras sutis, por promessas infundadas e o grande conselho de hoje é:

Peça para Deus revelar a todos os cristãos a realidade espiritual em que estamos imersos e na qual precisamos definir o lado pelo qual lutaremos. Se você é um cristão verdadeiro: peça isso para Deus, de coração. Independente de qual lado você esteja inclinado a apoiar.

Peça e mude, se for o caso, quando ele lhe mostrar!

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